Ah! Pobre Luiziane! Sempre estava em seu canto, só. Quem via de fora sempre era solidário à causa. Ela repudiava seus colegas. Só conversava com garotos mais velhos e dos colégios particulares. A mãe de Luiziane era diarista e o pai vigilante noturno, ambos, dignos cidadãos. Diziam pelos corredores que ela "comia sardinha e arrotava caviar". Ah! Pobre Luiziane! Estava até com soluço!
Compreende poemas e crônicas que escrevo e mais alguns trechos escolhidos de autores singulares. Disponibilizo esses materiais para leitura, análise, crítica, ou qualquer outra forma de aproveitamento ou desaproveitamento. Como disse Eduardo Galeano, "escrever algo é como colocar alguma coisa dentro de uma garrafa e atirá-la ao mar. A possibilidade de que alguém a recolha é sempre remota." José Eduardo Calcinoni
segunda-feira, 2 de outubro de 2006
SAPO 3
Um sapo de gravata e salto alto desfilava pelas margens do lago. O sapo estava em campanha. Cantava e seduzia à anfíbios e insetos. As eleições dessa estação serão através do voto direto. Seus descendentes anuros nunca governaram a lagoa, porém, agora como míseros excluídos, são maioria. Seus maiores inimigos, que comiam os rivais, hoje se rastejam em outras lagoas, e os que ficaram, são aliados. Até na própria natureza sapos aliam-se à répteis em busca do poder. Talvez a explicação venha da ciência:"...são ectotérmicos, ou seja, a temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura do ambiente". E que também afirma: "Os répteis põem menos ovos que os peixes e anfíbios, pois o sucesso reprodutivo é maior". Os anuros e seus decentes são em maior proporção, são a base do sistema que insiste em ser massa de manobra. Será que homem imita a natureza ou é essa a natureza do homem?
SAPOS 2
SAPOS 1
OU VI E FIQUEI SURDO
Ouvi do mesmo ouvido
ou, vi do mesmo que ouvi
absurdo
surdo, fiquei
quando vi
percebi
nada tinha ouvido
ou, vi do mesmo que ouvi
absurdo
surdo, fiquei
quando vi
percebi
nada tinha ouvido
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